terça-feira, 7 de julho de 2009

Nove Noites

"Se faço as contas, vejo que foram apenas nove noites. Mas foram como a vida toda."

Acabei de ler. Não conseguia parar. O livro é surpreendente e fascinante!
Bernardo Carvalho, ao mesmo tempo que nos deixa perdidos entre ficção e realidade, nos abre os olhos e os sentidos para vivenciar experiências únicas de estranhamento cultural e de labirintos emocionais.
O ponto principal do livro é a investigação da morte do antropólogo norte-americano Buell Quain no interior do Brasil no final dos anos 30, fato que causou um grande debate acadêmico e se tornou um tabu para antropologia brasileira. Nesse ponto, o autor trabalha com cartas, entrevistas e reportagens, assim como inclui dados pessoais na história.
E como romance, vai além. Conduzido por dois narradores entrepostos, cujas narrativas preenchem as lacunas da história, o leitor é convidado (e, às vezes, forçado) a entrar em terrenos não firmes, de impressões, de relatos e de imagens que se misturam no tempo.
Mas a obra é muito mais do que isso e, como toda boa literatura, tem muitas camadas de sentido. Vale a pena ler. E sentir.

Agradeço de coração a minha amiga Mari (que é a própria definição da expressão "do bem") por ter me indicado o livro.

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